A obesidade é uma doença crônica multifatorial grave e vem sendo considerada um importante problema de saúde pública no mundo ocidental. Sabe-se hoje que os resultados dos tratamentos para obesidade mórbida (Índice de Massa Corpórea maior que 40kg/m2 ou maior que 35kg/m2 associado a doenças como hipertensão e diabetes) através de tratamentos medicamentosos, comportamentais e dietas tendem a falhar em até 95% dos casos. Por isso, o tratamento cirúrgico vem sendo bastante utilizado quando as terapias menos invasivas não obtiveram sucesso, e cada vez mais mulheres em idade fértil têm sido submetidas a esse procedimento.
Mulheres obesas apresentam níveis aumentados de estrogênios e outros hormônios sexuais que são metabolizados no tecido gorduroso. Esse excesso pode causar vários problemas como ausência de ovulação, menstruação irregular e infertilidade – queixas comuns nos consultórios de ginecologia. A perda de peso, por sua vez, diminui a quantidade total desses hormônios o que provoca uma melhora da irregularidade menstrual e de ovulação e, consequentemente, a possibilidade de gravidez.
Como a cirurgia bariátrica tem sido realizada cada vez mais em mulheres em idade fértil, os métodos utilizados para evitar gestação após a cirurgia é um assunto importante já que não é qualquer anticoncepcional que pode ser usado.
A pílula é o método contraceptivo mais utilizado pelas mulheres, no entanto não é confiável quando se realiza a cirurgia bariátrica. Os anticoncepcionais orais são metabolizados pelo trato digestivo e terão sua absorção alterada podendo não atingir a quantidade adequada no organismo. Por isso, a mulher que realizou cirurgia bariátrica corre sim o risco de engravidar tomando pilula. Mas então, qual o método mais indicado? Ainda não há um consenso entre os ginecologistas e médicos especializados em perda de peso sobre qual é o melhor método. No momento, todas as formas não orais (hormonais e não hormonais) podem ser utilizadas.
Abaixo temos a relação de métodos seguros que podem ser utilizados de acordo com cada paciente:
HORMONAIS:
1- Anticoncepcionais hormonais injetáveis
– Mensal;
– Trimestral;
2 – Anel vaginal
3 – Implantes Subcutaneos
4 – Endoceptivos ( DIU hormonal – Veja nossa postagem sobre o DIU hormonal http://femmesante.com.br/153-2/)
NÃO HORMONAIS:
1 – Condom
2 – DIU de cobre
3- Laqueadura Tubária
Portanto, se você já realizou sua cirurgia bariátrica ou passará por este procedimento, converse com seu ginecologista para que juntos decidam qual o melhor método contraceptivo para você.
Revista Femina vol 35/número 4 – Gravidez após cirurgia Bariátrica